O VW Golf é aquele modelo que parece estar sempre na mesma mas que nunca pára de evoluir. E, ao fim de quatro anos de serviço, a sua sétima geração recebeu agora um profundo "upgrade" – usando a terminologia da própria marca – em que as alterações, pequenas mas bem visíveis, na estética são as menores das novidades!
A renovação do Golf, o modelo historicamente mais importante para a Volkswagen, vem numa altura em que a marca alemã está "sob fogo", ainda por causa do escândalo das emissões poluentes. O seu CEO, Herbert Diess, não contornou a questão. "Estamos a fazer um esforço para voltar a conquistar a confiança das pessoas e todas as semanas resolvemos situações de carros com defeitos", garantiu, prometendo uma… hiperactividade a curto prazo: "Em 2017 vamos apresentar dez novidades, entre novos modelos e grandes ‘updates’. Até 2020 teremos renovado toda a nossa gama". Mas, sintomaticamente, na apresentação da renovação do VW Golf VII nem se falou em motores Diesel…
O centro das atenções esteve na tecnologia e conectividade. "O foco principal desta Golf é uma nova geração de infoentertenimento e conectividade. Nenhum outro carro compacto é mais inteligente, seguro ou mais conectado!", garantiu Diess. Começando pelo novo painel de instrumentos digital, uma interpretação do "Digital Cockpit" da Audi e que na VW se chama "Active Info Display". Todo o painel é um ecrã de 12’’ que permite, por exemplo, ter o mapa do sistema de navegação bem à frente dos olhos do condutor e variar a disposição de toda a instrumentação ao seu gosto. Mas será, certamente, um opcional pago à parte…
O "embrulho" continua, claro, a ser inconfundivelmente um VW Golf. Mas notam-se as mudanças sensíveis feitas na frente, agora com um ar mais dinâmico, graças aos pára-choques mais envolventes e às ópticas com LED diurnos como "assinatura" luminosa própria. Também na traseira as luzes são em LED em todas as versões.
A nível de motorizações, a principal novidade é o novo 1.5 TSI que substitui o 1.4 TSI, em versões de 131 e 150 cv, sendo oferecido com a tecnologia de desactivação de dois dos quatro cilindros quando roda em carga baixa, de forma a poupar combustível. A variante de 131 cv é a usada na versão Bluemotion e tem uma característica inovadora: é o primeiro motor não híbrido que se desliga quando levantamos o pé do acelerador só para deixar o carro rolar, naquilo que habitualmente se designa por "coasting".
O responsável do desenvolvimento da Volkswagen, Frank Welsch, explicou essa grande novidade do Golf Bluemotion: "Quem conhece a função ‘coasting’ sabe que quando levantávamos o pé o motor tinha de se manter ao ‘ralenti’ porque era preciso manter a alimentação de energia eléctrica para sistemas como a direcção ou os travões. Mas, no novo Bluemotion, graças à nova geração de baterias que conseguem garantir a energia para esses componentes, podemos mesmo desligar o motor quando levantamos o pé, o que se traduz na redução do consumo de 1 l/100 km!".
Foi ainda anunciado que o Golf GTE, a versão híbrida "plug-in", terá maior autonomia eléctrica, embora tenham sido referidos os mesmos 50 km já anunciados para a actual geração… Grande evolução terá o e-Golf, versão puramente eléctrica que será apresentado dentro de cerca de uma semana, no salão de Los Angeles: trocando a actual bateria de iões de lítio de 24,2 kWh por uma de 38,5 kWh conseguirá aumentar a autonomia de 190 para 300 km! Por fim, para mais tarde, ficará a mais "explosiva" versão do mais popular VW, o Golf R, que poderá passar os 400 cv, com tracção integral!
Embora as encomendas do novo VW Golf possam começar já no próximo mês de Dezembro, o seu lançamento no mercado só deverá ocorrer já em plena Primavera de 2017.